
A indústria farmacêutica enfrenta cenários desafiadores para garantir que o consumidor tenha acesso apenas a produtos farmacêuticos legítimos. Isso porque, de maneira preocupante, há um mercado de falsificação de remédios que chega a movimentar US$210 bilhões, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Isso mostra quanto o setor ainda tem lacunas das quais o mercado ilegal se aproveita. Porém, a situação começa a mudar, porque a partir de abril deste ano entra em vigor a Lei 13.410/2016, que implementa o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) e a rastreabilidade.
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Com isso, está previsto o monitoramento de medicamentos prescritos de ponta a ponta. Isso significa, sobretudo, que o item é fiscalizado desde o momento em que é feita a produção em laboratório, até sua liberação ao consumidor na farmácia.
Como funciona a serialização para farmácias?
A serialização é basicamente como um CPF do produto. Em primeiro lugar, cada item recebe um código impresso no começo da linha de produção. Por meio dessa identificação, a indústria farmacêutica consegue acompanhar todas as etapas pelas quais ele passa. Isso garante um rastreamento de forma segura e eficiente.
O investimento em embalagens inteligentes coloca em prática o conceito de serialização, visto que o rótulo vai carregar informações relevantes e necessárias para sua identificação ao longo da cadeia produtiva. Algumas dessas informações são: nº do lote, data de validade e de fabricação, registro da empresa responsável e outros dados pertinentes.
Mais do que uma exigência regulatória, a serialização para a indústria farmacêutica traz benefícios para toda a cadeia envolvida. Vamos ver algumas dessas vantagens?
Proteção contra desvios e falsificações
Ter a cadeia de suprimentos rastreável possibilita enfrentar problemas como as falsificações de remédios, desvios de mercadorias, entre outras situações. Isso porque existe um acompanhamento – quase em tempo real – de cada movimento do produto.
Então, é possível determinar quando ele foi desviado da rota prevista, assim como identificar indício de roubo ou qualquer problema que resulte em prejuízos financeiros à indústria farmacêutica.
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Marca protegida – ou Brand Protection
A serialização é um dos recursos que as farmácias têm à disposição para estratégias de Brand Protection (termo em inglês para Proteção da Marca).
Definitivamente, o consumidor avalia a marca pela qualidade do produto e a eficiência da empresa em reagir frente a uma adversidade. Desse modo, a rastreabilidade torna-se uma importante aliada nesse processo de consolidação e preservação da marca.
Trata-se de uma tecnologia capaz de acelerar possíveis recalls, bem como aprimorar a cooperação com órgãos reguladores, como a ANVISA, e outras autoridades. Ainda, ela aprimora o compartilhamento de informações com o paciente. Isso permite que a indústria farmacêutica se resguarde e eleve a reputação de marca.
Padrões regulatórios
Ter a capacidade de identificar os produtos de maneira individual, e não apenas como lotes, além de coletar os dados a respeito dos subcomponentes, é o que define a rastreabilidade.
A partir daí, a indústria farmacêutica tem condições de identificar problemas, analisar o que de fato funciona e o que tem a ser melhorado no processo de fabricação dos seus produtos. Com isso, além de criar padrões para a cadeia de produção e logística, também evita desperdícios.
Vale lembrar que o SNCM já está em vigor e as farmacêuticas precisam se adaptar às determinações. Aquelas que não atenderem, estão sujeitas às penalidades, sendo a mais grave delas a possibilidade de ter a distribuição e comercialização de seus medicamentos suspensa.
Assim, vimos que investir em tecnologia na indústria farmacêutica é necessário para garantir o cumprimento das normas determinadas pelos órgãos reguladores. Afinal, ela proporciona mais transparência, agilidade na resolução de problemas e melhora na comunicação com o consumidor.
Quais são os desafios da serialização
Trata-se de um processo que envolve diversos setores dentro da indústria farmacêutica para que possam:
- Controlar e monitorar toda a rede de distribuições por onde passam os produtos e que vão para vários destinos;
- Reformular a estrutura do invólucro, para que seja entregue uma embalagem inteligente contendo todas as informações no rótulo;
- Investir em automação para dar mais velocidade na linha de embalagem,
- Aumentar o número de colaboradores na cadeia de produção;
- Fazer alterações da arquitetura de TI da companhia, de maneira que faça o gerenciamento de dados das centenas de milhares de números de série impressos;
- Investir em equipamentos, hardware, software e treinamento das equipes envolvidas.
O papel das Embalagens Inteligentes na Serialização
Sabemos o quão desafiador e necessário são as adequações para que a indústria farmacêutica exerça sua atividade de forma transparente. Tanto que, o SINCPRESS mapeou essas dores e, em parceria com a Empathy, criou o movimento “Fim do Vide Bula”.
A ideia principal é construir um canal de contato com as empresas para melhorar toda a cadeia produtiva. Além disso, o objetivo é oferecer diferenciais relevantes para o consumidor final. Confira aqui como foi o primeiro evento, que foi apenas o início da transformação!
Agora que você já sabe tudo sobre como funciona a serialização para a indústria farmacêutica, compartilhe conosco: sua empresa está preparada para atender as novas normas? O SINCPRESS oferece consultoria completa para ajudar o seu negócio. Converse com um de nossos especialistas para tirar todas as dúvidas.